Linho, seus tipos e classificação no sistema harmonizado e no Mercosul

O linho é uma planta de que existem numerosas espécies, entre as quais a mais conhecida é o Linum usitatissimum.

As fibras de linho encontram-se no líber do caule ou elas são aglomeradas em feixes por uma matéria péctica. Para a sua utilização na indústria têxtil, convém separá-las umas das outras e do resto da planta, particularmente da cana, que é a parte interior lenhosa.

A posição 5301 compreende o linho em bruto, macerado, espadelado, penteado ou tratado de qualquer modo, mas não fiado, isto é:

5301 Linho em bruto ou trabalhado, mas não fiado; estopas e desperdícios de linho (incluindo os desperdícios de fios e os fiapos).

5301.10.00 - Linho em bruto ou macerado

5301.2 - Linho quebrado, espadelado, penteado ou trabalhado de outra forma, mas não fiado

5301.21 -- Quebrado ou espadelado

5301.21.10 Quebrado

5301.21.20 Espadelado

5301.29 -- Outro

5301.29.10 Penteado

5301.29.90 Outro

5301.30.00 - Estopas e desperdícios de linho

Como pode ser constatado o Mercosul desdobrou as subposições 5301.21 e 5301.29.

Esses diversos tipos de linho são explicados da maneira que se segue:  

Linho em bruto (palha de linho). É o linho tal como é arrancado, debulhado ou não.

Linho macerado. A maceração destina-se a eliminar, mais ou menos completamente, a matéria péctica que aglomera as fibras entre si, por fermentação (ação de bactérias ou fungos) ou quimicamente. Esta operação efetua-se, normalmente, por qualquer dos seguintes processos:

1) Expondo a planta à ação do orvalho e da umidade;

2) Mergulhando a planta na água corrente de riachos ou de rios ou na água estagnada de valas;

3) Mergulhando-a em água quente, conduzida em tanques ou em canalizações; 4) Submetendo-a à ação de vapor de água ou de agentes químicos ou microbianos.

O linho macerado é depois secado ao ar livre ou por meio de máquinas. As fibras apresentam-se, depois desta operação, suficientemente soltas umas das outras, bem como da cana, e podem separar-se por trituração ou espadelagem.

Linho espadelado. A espadelagem é facilitada por um prévio esmagamento, destinado a reduzir a cana em pedaços. A espadelagem que se efetua manual ou mecanicamente, consiste em eliminar a cana por batedura, de modo a obter as fibras de linho, também designadas por filaça ou linho espadelado. Durante esta operação, também se recolhem a estopa e os desperdícios.

Linho algodoado. A “algodoação” provém do tratamento do linho em bruto com uma solução fervente de soda cáustica; depois ele é impregnado de carbonato de sódio e mergulhado em uma solução aquosa diluída de um ácido. Obtêm-se assim fibras muito divididas que, depois, em geral, se branqueiam. Este processo substitui a maceração e a espadelagem.

Linho penteado. A penteação tem por fim dividir a filaça e paralelizar as fibras, por eliminação, não só das matérias estranhas que estas ainda contêm, mas também das fibras curtas e partidas (estopa de penteação). Quando sai das penteadeiras, o linho apresenta-se geralmente em cordões. Os cordões passam em seguida na máquina de estirar, donde saem com a forma de fitas contínuas. Por estiragens sucessivas e passagens nos bancos de fusos, estas fitas transformam-se em mechas. Deve notar-se que as mechas podem ter, depois de passarem no banco de fusos, diâmetro relativamente próximo ao dos fios simples da posição 5306 e apresentar ligeira torção. Contudo, por não terem sofrido a operação da fiação, não são ainda fios e, como as fitas atrás referidas, cabem nesta posição.

Estopa e desperdícios, de linho (incluídos os desperdícios de fios e os fiapos). As estopas propriamente ditas provêm geralmente da penteação de fibras de linho e consistem principalmente em fibras curtas, com nós, quebradas ou emaranhadas. Na prática, entretanto, atribui-se ao termo “estopa” uma acepção mais ampla, que engloba outros desperdícios de fibras de linho de qualidades diversas, suscetíveis de serem empregados em fiação e, em particular, os desperdícios da espadelagem e os desperdícios provenientes das operações preparatórias da penteação. Os desperdícios da fiação, da bobinagem ou da tecelagem do linho (queda de fios, por exemplo) e os fiapos de linho (obtidos pelo desfiamento de trapos, de cordas, etc.) estão igualmente incluídos na posição 5301; são também habitualmente destinados à fiação. Dado o comprimento geralmente reduzido das fibras que os constituem, as estopas e outros desperdícios próprios para fiação sofrem apenas a operação de cardação (que os transforma em fitas), antes de serem estirados em mechas. As fitas e mechas de estopa, que não tenham ainda sido submetidas à operação de fiação, que as transforma em fios de estopa de linho, estão compreendidas na posição 5301.

Cesar Olivier Dalston, www.dalston.com.br. Fontes: NCM e NESH com adaptações.