Máquinas e aparelhos para a indústria de moagem

A moagem de qualquer sólido, seja um minério, seja de um produto químico ou farmacêutico, seja ainda de um cereal, é uma operação unitária de baixa eficiência energética, ou seja, o equipamento gastará muita energia e parte dela será transformada em calor (a regra aqui é: todo moinho esquenta).

Além disso, no caso de cereais, a operação de moagem apresenta riscos (o que poderá surpreender muita gente), haja vista que os pós formados podem ocasionar violentas explosões; nos endereços abaixo há artigos interessantes sobre isso:

http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/viewFile/586/353

http://www.grupocultivar.com.br/site/content/artigos/artigos.php?id=654

O Sistema Harmonizado (SH) reuniu na posição 8437 as máquinas e aparelhos para limpeza, seleção ou peneiração dos grãos antes da moagem e as máquinas e aparelhos para a indústria de moagem.

As máquinas e aparelhos para indústria de moagem foram distribuídas, no SH, em três grupos, isto é:

A) Aparelhos para misturar ou preparar os grãos antes da moagem, tais como:

1) Os aparelhos medidores e alimentadores de trigo, que garantem a dosagem exata das misturas de grãos; e

2) As máquinas de selecionar grãos, de cilindros, providos de pontas que giram contra cilindros de borracha, as quais espetam os grãos mais moles que assim são eliminados.

B) As máquinas e aparelhos para esmagar grãos. Este grupo compreende:

1) Os moinhos de mós de pedra;

2) Os moinhos de cilindros, compostos por diversos jogos de cilindros metálicos canelados, às vezes refrigerados internamente; conforme o número de cilindros, a regulagem e a velocidade relativa, os grãos transformam-se em grumos, sêmolas ou farinhas;

3) Os conversores, espécies de moinhos de cilindros de superfície mais lisa, especialmente concebidos para transformar os grumos e sêmolas em farinhas;

4) Os desagregadores e aceleradores de moagem, que se destinam a desagregar as crostas de produtos esmagados que se formam nos cilindros dos moinhos ou conversores;

5) Os alimentadores, aparelhos que se destinam a fornecer um fluxo regular de produtos aos cilindros de esmagamento.

C) As máquinas e aparelhos para seleção de farinhas ou farelos. Este grupo engloba as máquinas utilizadas para separação das farinhas, grumos, sêmolas e sêmeas obtidos durante a moagem. A separação destes elementos requer uma série de operações bastante complexas efetuadas pelos seguintes aparelhos, que em geral, trabalham em série:

1) As máquinas de peneirar, que separam farinhas e grumos, cujos tipos principais são as peneiras centrífugas, constituídas de tambores poligonais ou cilíndricos, cujas paredes são guarnecidas de gazes de malhas diferentes, e providas internamente de batedores de palhetas, e as peneiras oscilantes ou plansifters, constituídas de uma série de caixas suspensas, animadas de movimentos oscilatórios independentes, que possuem, interiormente, um compartimento especial e várias telas de peneiras superpostas;

2) As máquinas de joeirar que classificam os grumos e retiram as películas por meio de peneiras vibratórias que são atravessadas por correntes de ar;

3) As máquinas de limpar sêmeas;

4) Os misturadores de farinhas, sêmeas, etc., bem como os aparelhos para enriquecer os cereais com vitaminas.

Todos esses grupos são alojados na subposição 8437.80, que foi desdobrada no Mercosul em dois itens, isto é (as regras de classificação aqui são óbvias: 1ª e 6ª Regra Geral para Interpretação do Sistema Harmonizado e a Regra Geral Complementar nº 1 do Mercosul):

8437.80 - Outras máquinas e aparelhos

8437.80.10 Para trituração ou moagem de grãos

8437.80.90 Outros

Cesar Olivier Dalston, www.dalston.com.br. Fontes: SH e NESH com adaptações.