Microscópios no sistema harmonizado
O advento dos microscópios abriu um novo mundo para a sociedade humana e para a cura das suas mazelas. Os microscópios abriram possibilidades maravilhosas para os biólogos e médicos, dentre outros.
O Sistema Harmonizado dividiu o gênero dos microscópios em três subgêneros, denominados de: microscópios óticos, microscópios eletrônicos e microscópios protônicos, e os classificou das seguintes maneiras:
A - MICROSCÓPIOS ÓPTICOS
Ao contrário das lupas da posição 9013, que permitem somente observar o objeto diretamente e cuja ampliação é fraca, os microscópios ópticos funcionam observando uma imagem previamente ampliada do referido objeto.
Os microscópios ópticos compõem-se, em geral, essencialmente:
I) De uma objetiva constituída fundamentalmente por um sistema óptico que dá uma imagem ampliada do objeto e de uma ocular que exerce a função de lupa, através da qual se observa a imagem ampliada. A parte óptica comporta também, geralmente, um sistema de iluminação do objeto pela parte inferior, constituído por um espelho iluminado pela luz solar ou por uma fonte luminosa separada do microscópio ou neste incorporada, e também por um jogo de lentes condensadoras destinado a fazer incidir sobre o objeto o feixe luminoso fornecido pelo espelho.
II) De uma platina porta-objetos, de um ou dois tubos porta-oculares (conforme se trate de microscópios monoculares ou binoculares), de um dispositivo porta-objetivas, na maioria das vezes giratório (revólver porta-objetivas). Todo o conjunto é fixado sobre uma armação que se compõe essencialmente de uma base sobre a qual assenta uma coluna ou suporte angular e diversos acessórios de ajuste ou deslocamento.
Apresentados com ou sem as suas partes ópticas (objetivas, oculares, espelhos, etc.), a posição 9011 compreende tanto os microscópios comuns (para amadores, para o ensino, etc.) como os microscópios para a técnica industrial ou para laboratórios, quer se trate de microscópios denominados “universais”, de microscópios polarizantes, metalográficos, estereoscópicos, de microscópios com dispositivo de contraste de fase, ou de microscópios de interferência, de microscópios de reflexão, microscópios com dispositivo de desenhar, de microscópios especiais para exame de pedras de aparelhos de relojoaria, de microscópios de platina aquecedora ou refrigerante, etc.
B - MICROSCÓPIOS ELETRÔNICOS
Distinguem-se dos microscópios ópticos por utilizarem, em lugar de raios luminosos, feixes de elétrons.
O microscópio eletrônico do tipo clássico apresenta-se na forma de um conjunto homogêneo contido em uma armação comum e é constituído essencialmente por:
1) Um dispositivo de emissão e de aceleração dos elétrons, denominado canhão de elétrons;
2) Um sistema que desempenha a função óptica do microscópio comum e contém um sistema de “lentes” eletrostáticas (placas carregadas eletricamente) ou eletromagnéticas (bobinas percorridas por corrente) que desempenham respectivamente as funções de condensadores, de objetiva e de projetor; na maioria das vezes, associa-se-lhes uma “lente” suplementar denominada “de campo”, intermediária entre a objetiva e o projetor, e destinada a fazer variar o aumento de um intervalo maior, conservando ao mesmo tempo a extensão do campo observado;
3) O cartucho porta-objetos;
4) Um grupo de bombas de vácuo que se destinam a fazer vácuo no recinto em que se movem os elétrons; estas bombas formam, às vezes, um equipamento distinto do aparelho, mas a este ligado;
5) Os órgãos que permitem observar visualmente numa tela fluorescente e fotografar a imagem;
6) As estantes e painéis de serviço que contêm os elementos de controle e regulação do feixe de elétrons.
O presente grupo compreende igualmente os microscópios eletrônicos de varredura em que um feixe muito fino de elétrons se movimenta sobre pontos sucessivos da amostra a examinar.
Obtém-se a informação medindo-se os elétrons transmitidos, os elétrons secundários ou os raios ópticos emitidos, por exemplo. O resultado pode apresentar-se na tela de um monitor eventualmente incorporado ao microscópio.
O microscópio eletrônico possui numerosas aplicações, tanto no campo da ciência pura (pesquisas biológicas, anatomia, constituição da matéria, etc.) como no da técnica industrial (análise de fumaças, poeiras, fibras têxteis, colóides, etc.; exame da estrutura dos metais, do papel, etc.).
É a posição 9012 o nicho onde se classificam os microscópios eletrônicos.
C - MICROSCÓPIOS PROTÔNICOS
Nestes são empregados prótons em lugar dos elétrons, cujas ondas associadas são cerca de 40 vezes mais curtas que a destes últimos e, por isso, apresentam um poder separador mais elevado, que permite obter ampliações ainda maiores.
O microscópio protônico não difere sensivelmente, nas grandes linhas da sua estrutura e do seu funcionamento, do microscópio eletrônico; o canhão de elétrons é substituído por um canhão de prótons e a fonte utilizada é o hidrogênio.
Microscópios protônicos também são classificados na posição 9012.
Cesar Olivier Dalston, www.dalston.com.br. Fontes: NCM e NESH com adaptações.