As mercadorias do mundo têxtil, às vezes, não são de classificação imediata. Isto não é uma exclusividade dos têxteis e nem deve ser vista como um obstáculo instransponível. E mais, isso também ocorre com outras mercadorias, como por exemplo, as mercadorias químicas, os polímeros e as ligas metálicas. Dessa maneira, não vai aqui nenhum desestímulo, porém apenas uma orientação.

Na classificação dos têxteis é muito comum a necessidade de ensaios laboratoriais e há bons laboratórios que fazem isso, especialmente em São Paulo (eu não sei de laboratórios fora de São Paulo e desde já este espaço está à disposição daqueles que queiram se apresentar à comunidade de classificadores).

Os ensaios com têxteis requerem máquinas e aparelhos e é a classificação dos mesmos o alvo desta postagem.

Os principais ensaios efetuados sobre têxteis, realizados por máquinas que se incluem na posição 9024, consistem em:

1) Ensaios de tenacidade, de alongamento antes da ruptura, de elasticidade, de resistência à tração e ensaios semelhantes (estes diferentes ensaios podem também ser combinados), efetuados quer sobre fibras elementares, quer sobre fios, cordas ou cabos ou ainda sobre tecidos comuns, correias de vários tipos, etc. Estes ensaios são efetuados por meio de dinamômetros de tipos muito variados, denominados conforme o princípio de construção (dinamômetros de alavanca pendular, de balancim (balanceiro), etc.), ou conforme o seu uso predominante (dinamômetros para fios simples, para fios retorcidos ou retorcidos múltiplos, para fibras de vidro, para meadas, para tecidos, etc.) ou ainda por extensômetros (ou extensímetros). Alguns dinamômetros são equipados com dispositivos de esferas para ensaio de perfuração de tecidos;

2) Ensaios destinados a medir as mudanças de dimensões nos tecidos, por medida da percentagem do alongamento ou da retração de uma amostra do tecido passando do estado seco ao estado úmido e submetida à tensão;

3) Ensaios de resistência ao desgaste, efetuados para observação de todos os artigos têxteis sujeitos à fricção (lençóis, toalhas, roupas de mesa, etc.) e, às vezes, dos próprios fios. Estes ensaios são realizados por meio de aparelhos (abrasímetros, usômetros, etc.) em que uma tira de tecido convenientemente esticada é progressivamente submetida à ação de um dispositivo friccionador apropriado (disco guarnecido de abrasivo, cilindro rotativo guarnecido de aletas metálicas, fresa de aço, etc.). Determina-se a resistência ao desgaste pelo número de voltas que o dispositivo friccionador efetua até provocar a ruptura do tecido.

Essas máquinas e aparelhos são classificados no item 9024.80.1.

Certamente há outros ensaios necessários à classificação dos têxteis e seria muito bom ouvir a opinião daqueles que fazem tais ensaios.

Com a palavra a comunidade laboratorial de ensaios têxteis (o pessoal do laboratório de têxteis de Santos não pode deixar de opinar).

Abraços a todos.

Cesar Olivier Dalston, http://www.dalston.com.br/.

Fonte: NESH com alterações.